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Entrevista Gustavo Silva Alves, Diretor de E-Commerce da The Baby Loop


Quais eram as vossas expectativas quando se candidataram ao Portugal E-Commerce Awards?

Quando nos candidatámos ao Portugal E-Commerce Awards tínhamos duas grandes motivações: em primeiro lugar, analisar o nosso posicionamento em relação a outros grandes players em Portugal na área do e-commerce e, em segundo, legitimar e ver reconhecido todo o trabalho que a equipa tem vindo a desenvolver ao longo destes dois anos. Ao sabermos do resultado, ficámos muito satisfeitos, visto que o reconhecimento veio reforçar a convicção que temos na missão, equipa e estratégia da BabyLoop. Há ainda outras consequências muito positivas adjacentes a estas candidaturas, como por exemplo obrigar-nos a retroceder um momento e refletir acerca das nossas valências, objetivos e pontos a melhorar. A verdade é que esse exercício de reflexão, por vezes negligenciado pela natureza do ritmo dos negócios, é sempre uma mais valia.



Qual foi a ideia/necessidade que deu origem ao vosso E-Commerce?

O e-commerce tem inúmeros pontos positivos como as reduzidas barreiras à entrada e a possibilidade de ter uma porta aberta em todo o país. Talvez seja este o motivo pelo qual vemos tantos negócios a começar já por esta via – os chamados “born digital”. A BabyLoop, particularmente, nasceu como resposta às necessidades dos pais: o custo com materiais de puericultura é frequentemente proibitivo causando-lhes grande ansiedade. Além disto, o apanágio da puericultura é que a vida útil dos artigos é dramaticamente subaproveitada, o que frequentemente resulta em que artigos caros e em excelente estado estejam a ocupar espaço em casa. Assim, através do e-commerce, conseguimos ultrapassar barreiras físicas e permitir que todos os pais em Portugal Continental tenham uma forma de comprar e vender puericultura, devidamente recondicionada de forma ágil e segura.



E-Commerce em 2015 e agora em 2021 - como consideram este crescimento e evolução?

Sendo a BabyLoop uma marca muito recente, tendo celebrado há pouco mais de um mês o 2.º aniversário, a análise que fazemos pode ter alguma margem de erro. No entanto, há pontos que são claros, como por exemplo o ritmo de crescimento. Pelos dados que temos, percebemos que o crescimento tem sido acelerado, algo que acabou por ser acentuado pela pandemia. O sentido de urgência é acentuado para todos os retalhistas e negócios e em particular, para aqueles com uma presença digital muito ténue. O número de players online em 2021 é muito maior que em 2019, no entanto, ainda que se note uma concorrência crescente, continuamos a verificar que o status quo se mantém estável e que os líderes de mercado, salvo algumas exceções, continuam os mesmos. Há por isso uma grande diferença entre montar um negócio online e gerir um negócio online de sucesso e, de facto, essa curva de aprendizagem é inevitável e essencial.



Como é que a pandemia e o confinamento alteraram as vossas rotinas?

Assim como aconteceu com muitas outras empresas, o teletrabalho passou a ser uma realidade constante e inevitável. Neste sentido, e dado o ritmo de grande crescimento de negócio, tivemos de estabelecer objetivos e criar métodos de trabalho em equipa. À distância, a organização e coordenação de toda a equipa torna-se mais desafiante e, para isso, foi necessária a adoção de novas ferramentas de trabalho que permitiram manter o trabalho de equipa, a organização diária e, sobretudo, o rigor de cada tarefa. Outro grande desafio foi estabelecer um limite de horários de trabalho, dado que, em casa, muito facilmente se perde a noção das horas e se trabalha mais horas do que o suposto. Por termos consciência que tem de existir um equilíbrio entre vida pessoal e profissional, optámos por definir barreiras, o que é positivo para todos – a produtividade mantém-se inalterada e os colaboradores conseguem dedicar-se a outras atividades.



Qual foi a característica funcional/política de e-commerce que deu origem ao vosso prémio no Portugal E-Commerce Awards e porquê?

Termos vencido o prémio na categoria de Inovação Tecnológica acentua a distância entre a BabyLoop e as restantes marcas. Conseguimos diferenciar-nos de todas as outras marcas de puericultura, dada a praticidade de todo o processo, os preços acessíveis e, claro, toda a rigorosa análise de qualidade. Somos um grupo de jovens muito focados na sustentabilidade, no que é melhor para o futuro do planeta e para o futuro daquelas que vão ser as vidas dos mais pequenos e, por isso, vivemos muito seriamente aquela que é a missão da BabyLoop, empenhando muito esforço no trabalho diário. Além disso, através do software inovador que criámos, o Loop OS, conseguimos fazer com que produtos em segunda mão sejam vendidos e comprados com a maior segurança e rigor possíveis. Este software garante ainda que existam políticas internas inerentes como as devoluções, as garantias e os pagamentos seguros, o que maximiza uma relação de confiança entre nós e todos os nossos clientes.



Com o grande crescimento de E-Commerce nos últimos tempos, como é que se conseguem distinguir da concorrência?

Na verdade, com o nosso modelo de negócio, juntamos o melhor de dois mundos: se por um lado, o preço dos artigos é mais acessível, dado serem produtos em segunda mão, por outro, os produtos são rigorosamente analisados, tratados, recondicionados e vendidos seguindo altos padrões de qualidade, pelo que se encontram praticamente novos. Além disto, e tendo em conta a situação pandémica atual, o serviço da BabyLoop ainda garante a maior segurança para todos os intervenientes, visto que, como todo o processo é feito online, incluindo o pagamento, não existe a necessidade de se encontrarem fisicamente e correrem riscos desnecessários.



Quais são os maiores desafios para quem trabalha na área do E-Commerce?

Neste momento, e dada a rapidez com que tudo acontece no digital, o mais desafiante é dominar todas as ferramentas que vão aparecendo e se vão tornando essenciais para o nosso trabalho. Estarmos por dentro de todas as tendências do momento, quer digitais quer da própria comunicação, é importante para que, diariamente, todas as decisões estratégicas sejam o mais acertadas possível. Neste sentido, temos o desafio constante de acompanhar tudo o que se passa nesta área e, ao mesmo tempo, pensarmos no que nos podemos distinguir e em que aspetos podemos ser inovadores e diferenciadores. Tudo isto enquanto se assegura a qualidade do serviço e manutenção dos basics num período de intensa procura, tal como este proporcionado pela pandemia, e se luta pela retenção e atração dos melhores talentos.



Quais foram as vantagens proporcionadas com a participação no Portugal E-Commerce Awards?

Participar em projetos como o Portugal E-Commerce Awards é sempre benéfico para todas as empresas. Primeiramente, ao contactar com outras empresas, conseguimos trocar experiências e acabamos por expandir conhecimentos e partilhar e discutir pontos de vista. Neste sentido, conseguimos melhorar as práticas que temos. Além disto, estes projetos trazem visibilidade à marca, à sua missão e, claro, aos seus objetivos.



Quais as tendências que apontam nesta área para o futuro?

Primeiramente, temos de referir a economia circular, que é a base do trabalho da The Loop Co. e da própria BabyLoop. A consciência ambiental é cada vez maior e, por isso, a opção por alternativas mais sustentáveis está e vai continuar a aumentar nos próximos anos. Além disso, a hiperpersonalização tem vindo a ser cada vez mais valorizada e não se pode esquecer também a necessidade de se optar por uma comunicação direcionada diretamente para o consumidor: é algo que tem vindo cada vez mais a acontecer, sendo que, neste momento, podemos ver mais produtores a optarem por canais online para alcançarem diretamente os seus consumidores. Por fim, a especialidade de nicho é também uma tendência a ter em conta: como é cada vez mais fácil abrir uma loja online, será cada vez mais frequente haver especialistas em determinada oferta.



Com a constante atualização e desenvolvimento desta área, como é que se acompanha todas estas tendências?

Não há outra forma de acompanhar tudo o que se passa na área e todos os desenvolvimentos que vão surgindo senão através de constante formação. Esta necessidade contínua de beber conhecimento da área parte de cada um dos colaboradores em particular e, claro, da própria empresa. Frequentemente, internamente, existem momentos de partilha de boas práticas, em que recebemos convidados para nos passarem esse conhecimento que vão adquirindo. Além disso, também existe uma newsletter interna, para a qual todos contribuímos. No fundo, a ideia é existir uma partilha de todos para todos: sempre que nos cruzamos com notícias interessantes no dia a dia, disseminamos essas notícias pelos restantes membros da equipa, o que nos dá a possibilidade de conseguirmos ter uma visão mais abrangente do que se passa no mundo.



Qual o futuro do E-commerce na sua marca? Uma alternativa ou o caminho a seguir?

Sem dúvida nenhuma, tem de ser o caminho a seguir. A BabyLoop nasceu digital e assim permanecerá. A ideia é facilitar a vida aos pais, quer monetariamente quer em toda a logística que normalmente envolve comprar algum material para os filhos. A BabyLoop, enquanto loja online, possibilita que, através de um clique, qualquer pai consegue ter acesso a tudo o que precisa muito mais barato. Por isso mesmo, queremos continuar com esse foco no digital e, salvo exceções de iniciativas e ações mais físicas e presenciais como showrooms, por exemplo, iremos continuar a atuar apenas no mundo digital.





Jornal ECO


Gustavo Silva Alves

Diretor de E-Commerce da The Baby Loop

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